Ouço diversas vezes em meu consultório frases como: “mas estou com medo”; “isso me dá medo”; “mas e se eu fizer isso e…”; “está muito difícil, tenho medo”. E o que tento trazer para meus pacientes é a ideia de que o medo sempre estará ali, a questão é o que faremos com ele. Vamos continuar cobrando de nós mesmo(as) uma atitude ideal autoconfiante e perfeita ou vamos acolher aquele medo e validar cada pequeno movimento de enfrentamento que dermos em relação a ele?
O caminho da mudança é o caminho que dá medo… é o desconhecido. Não tem por que eu me sentir à vontade com algo que desconheço. As vezes achamos que para mudar, precisamos tomar grandes decisões; grandiosas mudanças como largar emprego, casamento, filhos e se mudar para o Alasca… só que não né?! Mudar é as vezes trocar o ponto de vista. Admitir para si mesmo(a) que não consigo agir diferente sobre isso agora, mas que estou consciente disso e tudo bem!
Franklin Roosevelt uma vez trouxe a seguinte afirmação: “A única coisa a se temer é o medo”. Essa frase nomeia o empasse de grande parte dos meus pacientes que trazem frases como as de cima, ou seja, um aprisionamento. O medo é de fato o maior inimigo da liberdade e estar consciente disso já é enfrentar esse medo, já é ter coragem e se colocar agente da própria mudança. Não uma mudança radical, mas um passinho de cada vez, com medo mesmo.
Gabriela Gonçalves Gomes
Psicóloga – CRP 06/165019
(11) 94361-1644
*Frase retirada do livro Aurora: o despertar da mulher exausta de Marcela Ceribelli.