Trago diariamente em minhas sessões a importância de termos sim autocrítica sobre nossos pensamentos e ações, mas também autocompaixão para balancear esse nosso lado “carrasco”. Sem autocompaixão só viramos algoz de nós mesmos, o que gera medo e medo gera paralisação.
Ter autocompaixão é, entre tantas coisas que ficarão para uma próxima reflexão, politizar nosso sofrimento. Não é nada saudável olhar apenas para o nosso próprio umbigo. Isso gera um sentimento de solidão e impotência que nos deixa desamparados(as).
Politizar o sofrimento é olhar amplamente pro nosso lugar na sociedade e como isso, invariavelmente vai impactar no nosso eu individual. Ser mulher na nossa sociedade é diferente de ser homem, mulher preta então…
É importante entender qual o lugar do sofrimento do homem branco, cis, hétero e o lugar do sofrimento da mulher trans, preta. E não estamos falando de juízo de valor ein! Cada um tem seu próprio sofrimento, mas olhar para esse lugar nos traz senso de coletivo e conscientização de nossos privilégios e esforços para existir o que traz aquela sensação de: “É exatamente isso! Não é só comigo!” e isso nos fortalece para lidar com nosso sofrimento individual e olhar para o adoecimento social, já que muitas questões são estruturais e levam tempo para se transformarem.
Gabriela Gonçalves Gomes
Psicóloga – CRP 06/165019
(11) 94361-1644
Fonte do Título: Aurora: o despertar da mulher exausta – Marcela Ceribelli