MEMÓRIA CORPORAL: o corpo guarda histórias

Na perspectiva da Psicossomática Junguiana, o corpo não é apenas um veículo físico, mas um arquivo vivo de nossas experiências, emoções e traumas. Ele guarda memórias que, muitas vezes, a mente consciente não consegue acessar diretamente. Essas memórias podem se manifestar como sintomas físicos, dores crônicas ou padrões de comportamento repetitivos.

O Corpo como Espelho da Psique

Carl Jung nos ensinou que a psique (mente) e o corpo estão profundamente interligados. Para ele, o corpo é um símbolo vivo que expressa conteúdos inconscientes. Quando uma emoção ou trauma não é processado conscientemente, ele pode se “armazenar” no corpo, criando bloqueios energéticos ou desequilíbrios físicos.

Como exemplo temos uma dor nas costas pode estar relacionada a um fardo emocional não resolvido, ou uma tensão no peito pode simbolizar um coração ferido que ainda guarda mágoas.

Memória Corporal e Inconsciente Coletivo

Jung também falou sobre o inconsciente coletivo, uma camada profunda da psique que compartilhamos com toda a humanidade. Nele, estão os arquétipos – padrões universais que influenciam nossa maneira de ser e sentir. Esses arquétipos podem se manifestar no corpo, através de sintomas ou sensações que carregam significados simbólicos.

A sensação de “borboletas no estômago”, por exemplo, pode estar ligada ao arquétipo do herói, que enfrenta desafios com medo e coragem.

Como Trabalhar com a Memória Corporal?

Na abordagem junguiana, o trabalho com a memória corporal envolve:

1. Consciência Corporal: Prestar atenção às sensações físicas e identificar padrões repetitivos.

2. Diálogo com o Sintoma: Perguntar ao corpo o que ele está tentando comunicar. Por exemplo: “O que essa dor quer me dizer?”

3. Imaginação Ativa: Usar técnicas como visualizações ou meditações para acessar conteúdos inconscientes associados ao corpo.

4. Integração: Trazer para a consciência os insights obtidos e transformá-los em ações concretas, como mudanças de hábitos ou resolução de conflitos emocionais.

Por que é Importante Olhar para o Corpo?

Quando ignoramos as mensagens do corpo, os sintomas podem se intensificar, levando a doenças ou desequilíbrios mais graves. A Psicossomática Junguiana nos convida a ouvir o corpo como um aliado no processo de autoconhecimento e cura. Ele não é apenas um reflexo da mente, mas um participante ativo na jornada de transformação.

Reflexão Final

Seu corpo já falou com você hoje? Que histórias ele está guardando? Na Psicossomática Junguiana, cada sintoma é uma oportunidade de mergulhar mais fundo em si mesmo, descobrindo os tesouros escondidos no inconsciente e transformando-os em caminhos de cura e integração.

Gabriela Gomes do Nascimento

Psicóloga junguiana – CRP 06/165019

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